maio 06, 2012

Uncharted 3, incapaz de surpreender

O simples facto de ter demorado 5 meses a terminar Uncharted 3, quando demorei apenas 5 dias a terminar Uncharted 2, diz muito sobre cada um destes. A série Uncharted é sem sombra para dúvidas uma das grandes séries dos videojogos, e Drake ganhou desde já o seu lugar ao lado de Indiana Jones e Lara Croft. Mas como esses, sofre do problema do efeito do seriado, a repetição, a redundância, a incapacidade para surpreender e ir além do que nos foi dado antes.


Em 2009 deixei aqui uma análise extensa de Uncharted 2, manifestando a minha total surpresa com o jogo. Uncharted 3 não faz nada a menos do que Uncharted 2, aliás tecnicamente faz mais, tem muito mais cenas de acção narrativa interactiva. Mas perde por ter ampliado os níveis de acção. Ao fazê-lo damos conta que passamos uma grande parte do jogo aos tiros e a esconder-nos dos tiros dos outros. Exagero, e como tal quem perde é a narrativa.


No final do jogo, o fechamento tem pouco um nenhum interesse, mais uma cidade tesouro perdida que se afunda e assim acaba a nossa Quest. O isco no final da narrativa era apenas um pretexto para nos fazer jogar. Sabe a pouco, ou melhor não sabe nada, porque não retiro qualquer significado do meu jogo, a não ser o prazer de o ter jogado.


Numa nota mais subjectiva, era também difícil levar as areias do deserto do Yemen a superar as montanhas coloridas e verdejantes do Nepal!





2 comentários:

  1. Olá Nelson,

    O tua observação sobre Uncharted 3 e a inevitável comparação com o seu antecessor é exactamente a minha em relação ao Gears of War 3.

    Por vezes a indústria inova em algum aspecto mas depois explora até à exaustão. Aconteceu o mesmo com Halo e está a acontecer com a saga Call of Duty.

    Por outro lado isso também acaba por ser bom, principalmente para os criadores e artistas dos jogos indie. Pelo menos eu penso ser esse um dos aspectos que mais contribuiu para o boom ocorrido nos últimos anos.

    Um abraço,
    André Carita

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  2. Verdade André, a cena indie vem ganhando cada vez mais espaço, porque a grande indústria não é capaz de arriscar.

    Julgo que se atingiram valores de produção demasiado elevados, e com isso o medo de cair do precipício tornou-se vertiginoso.

    Mas como dizes restam os indies para desbravar novos territórios.

    abraço

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