outubro 15, 2012

a arte de Lois

Depois de ontem deixar aqui uma reflexão à volta do talento surgiram algumas conversas no Facebook a propósito do talento não inato para o desenho. Nesse sentido trago aqui o trabalho da ilustradora holandesa Lois van Baarle (1985). A minha grande questão não é saber se o talento é inato, mas é antes dar conta da motivação intrínseca, da necessidade de encontrarmos a nossa predisposição para o mundo porque acredito que é ela que leva o criador a ir muito além dos demais. Interessou-me a arte de Lois mas interessou-me também as suas palavras sobre si e sobre o seu trabalho que conferem o que eu penso. Deixo abaixo essas palavras por entre alguns dos seus melhores trabalhos de ilustração.

Este é um dos últimos trabalhos e demonstra um domínio da luz impressionante.

Alguns de vocês conhecerão Lois van Baarle da animação de fim de curso na Utrecht School of the Arts, Trichrome Blue (2009), mas é na ilustração que ela brilha, e é interessante ver como ela conseguiu criar uma marca própria. Se virem os vários trabalhos da artista no DeviantArt poderão perceber a sua identidade a evoluir no tempo. Quando vemos os seus desenhos actuais sente-se imediatamente a forma dos rostos e olhos e os temas sempre muito ligados à água e às formas enroladas. As cores são outro ponto importante, muito saturadas e a atirar para o excesso de vermelho e laranjas. Por outro lado ela controla muito bem os altos níveis de saturação através da luz, criando zonas de sombra muito expressivas o que contribui para uma dramatização das cenas e demonstra também o amadurecimento da sua arte. É ainda muito interessante analisar o modo como ela desenha a forma feminina, muito mais próxima da forma feminina natural, em forma de pêra invertida. Ancas largas e peito mais delgado em contra-ciclo com o que alguns artistas masculinos nos costumam presentear.



Motivação Intrínseca: [link]
I’ve been drawing my entire life, ever since I was a tiny little kid. It was always something I enjoyed doing and put a lot of time into, which helped me to develop my skills gradually. I started drawing digitally with a mouse when I was 15 and got my first tablet when I was 16, after which I spent a sizeable portion of my free time drawing digitally. All of this was self-taught. When I was 18 I decided to study animation in college, which taught me how to animate, but didn’t teach me a great deal about drawing (besides the influence that animating naturally has on how someone draws). So in short, I taught myself how to draw by spending a lot of time doing it.


Manter-se Motivada: [link]
A few people have approached me with the question of how I stay creative and motivated when I'm in an artblock (which is a phase where you feel unable to draw). Personally, since creating artwork and animation is my profession, I have no choice but to keep creating things, so it's impossible for me to stop drawing entirely even if I don't feel like it. I think it's important to always keep drawing and stay productive even if you are not happy with the results. Usually you'll look back on what you've made later on and be proud of it; at the very least it's important to keep moving forward and strive for improvement. It also helps to find a starting concept for your artwork, such as drawing from life, doing a commission, or participating in forums that choose random subjects for people to sketch. I've always found that making rough sketches (usually based on reference photos) helps me to overcome feelings of artblock and keeps my creativity flowing.



Julgo que para ajudar a criar um ambiente propício à envolvência que estas imagens da Lois merecem, deixo a sua curta de animação, Trichrome Blue, para verem ou reverem, vale sempre a pena rever.

Trichrome Blue (2009) de Lois van Baarle

Sem comentários:

Enviar um comentário