setembro 11, 2011

Blind (2011), medo do amanhã

A transformação das condições de vida no planeta terra é algo que nos assalta à medida que vamos evoluindo enquanto seres capazes de racionalizar o ecossistema que habitamos. Como seres ligados à condição primária de medo, essencialmente medo do desconhecido, muitas das imagens que nos chegam mentalmente são de transformação para cenários de destruição da qualidade de vida, literariamente qualificados de visões distópicas. Na realidade isto não é algo totalmente imaginário, sendo um filme japonês, é fácil pensar no recente terramoto e em todos os problemas criados pela central nuclear de Fukushima que se deverão prolongar por muitos anos naquela região.
Nesse sentido quando chega a altura de qualquer um de nós trazer uma nova prole para este ecossistema, são muitas as dúvidas que nos assaltam. O futuro toma conta do nosso presente, por vezes bloqueando a ação e impossibilitando o simples aproveitar do que a vida contém de bom.


Tudo isto é apresentado, nos escassos cinco minutos, do novo filme de Yukihiro Shoda, Blind (2011). Shoda é um realizador japonês formado em design pelo Kyoto Institute Technology especializado no campo do motion design e que trabalha agora em regime de freelance a partir da sua empresa K.I.R. (Keep it Real) Film.


Blind é enquanto artefacto uma pedrada emocional, um filme com um arco narrativo perfeitamente delineado que nos atinge com um fechamento surpreendente. Em termos estéticos o filme apresenta níveis de excelência no campo da fotografia e pós-produção. De notar ainda o campo da pré-produção em que o filme se destaca pela qualidade dos materiais utilizados tanto no guarda-roupa (máscaras) como dos cenários.


Finalmente quero notar que este foi mais um dos muitos projetos que recentemente começaram a ser possíveis no campo das obras criativas graças ao modelo de crowd funding, neste caso específico foi utilizado o portal Kickstarter. Blind foi apoiado na sua finalização por um grupo de cinquenta pessoas online que investiram voluntariamente um total de 4 mil dólares para que o filme fosse terminado.



Blind (2011) de Yukihiro Shoda


[via B9]

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