janeiro 06, 2011

uma beleza graciosa

Uma criativa de Nova Iorque, Charlex, resolveu desafiar os seus trabalhadores para produzirem o trabalho que desejassem, para assim poder servir de cartão de visita da empresa. O director da empresa Alex Weil diz que,
"Our original intent was simply to have an unfettered creative outlet for the many talented people that are part of our company".
A designer, Diana Park, criadora do desenho original do trabalho diz que a sua inspiração se baseou em,
"crafting the image of a machine creating nature. Usually it's the other way around, but conceptually and aesthetically, I thought it would be fun and challenging to mix the two."
O trabalho criado, "ShapeShifter", é um objecto de excelência do design gráfico, mas não só. Existe toda uma capacidade de fazer fluir narrativamente o grafismo, de lhe atribuir progressão, e levar o espectador. Depois o cuidado colocado na criação de "ShapeShifter" vai ao pormenor de ter como narrador o actor Gabriel Byrne, que eleva o tom de toda a obra, sustentado num fabuloso texto, "Dreams" de Fitzgerald Scott e ainda ancorado por uma banda sonora do compositor Peter Lauridsen.



Créditos
Director: Alex Weil
Narrated by: Gabriel Byrne
Co-Director and Designer: Diana Park
3D Lead/Animation: Adam Burke
Animation Development/Animation: John Karian
Lead Compositing Artist: Jesse Newman
Executive Producer: Chris Byrnes
Producer: Reece Ewing
CG Supervisor: Keith McCabe, Myung Lee
Lead Lighter: Salar Saleh
Character Technical Director: Steve Mann
Lead Modeler: Alex Cheparev
Lighting/Texturing: Mike Marsek, James Fisher, John Cook, Frank Grecco, Cesar Kuriyama, Keith McMenamy, Anthony Patti, Tom Cushwa, Jina Lee, Jeff Chavez
Matte Painting: Jina Lee
Modeling: Hung Kit Ma, Han-Chin Lee, Anthony Patti
Animation: John Wilson, Sam Crees, Jay Randall, Carlos Sandoval, Andrei Savu
Rigging: Andre Stuppert, Charles Le Guen
FX: Greg Ecker, Johnathan Nixon, Mitch Deoudes, Santosh Gunaseelan
Editors: John Zawisha, Kevin Matuszewski
Compositing: Blake Huber
Director of Engineering: Robert Muzer
Chief Engineer: Jerry Stephano
Pipeline: Michael Stella, Dan Schneider
Coordinating Producer for the Director: Jen Cadic
Additional Editor: Eli Mavros
Music Composition: Stimmung; Peter Lauridsen
Sound Design: Stimmung; Andres Velasquez
EP of Audio: Stimmung; Ceinwyn Clark

Mix: Headroom; Fernando Ascani

Associate Producer: Michael Kaufman

Color Correct: CO3; Stefan Sonnenfeld

Prose Poem: "Dreams" written by Fitzgerald Scott

Mais info: TRUST

UPDATE 12.1.2010: Entrevista da Motionographer

Spector: as histórias e os jogos

Warren Spector, criador do recente Epic Mickey (2010), mas mais conhecido por Deus Ex (2000), ataca de novo a indústria e chama a atenção para o essencial desta forma de arte.

"I’m disappointed by the fact that we still focus solely on combat mechanics and rendering techniques, at the expense of other things we could be devoting energy and effort to. We could be focusing on non-combat AI and making conversation as compelling as fighting for a change. Wouldn’t that be great? We could be focusing on making storytelling truly interactive. We just focus on prettier pictures and flashier graphics attached to more impressive combat scenarios, and honestly, that just bores me."

[via VG247]

Efeitos Visuais: os últimos 7

Estes são os últimos 7 filmes na corrida para a categoria de Efeitos Visuais dos Oscars de 2011. Os membros do juri da área, terão agora de ver uma sessão de 15 minutos de cada filme, no dia 20 de Janeiro 2011, para decidir quais serão os 5 nomeados. As regras desta categoria podem ser vistas aqui. Os nomeados serão divulgados a 27 de Janeiro 2011.


"Alice in Wonderland"

"Harry Potter and the Deathly Hallows Part 1"


"Hereafter"


"Inception"


"Iron Man 2"


"Scott Pilgrim vs the World"

"Tron: Legacy"



[via CGW]

janeiro 04, 2011

Rushdie e a narrativa jogo


Salman Rushdie nunca foi grande fã dos videojogos, contudo parece que agora está a tentar fazer um esforço para se aproximar da arte. Em 1995 num entrevista feita por David Cronenberg para a revista Shift, dizia o seguinte:

"Cronenberg: Do you think there could ever be a computer game that could truly be art?
Rushdie: No."
Justificando
"Rushdie: In the end, a work of art is something which comes out of somebody’s imagination and takes a final form. It’s offered and is then completed by the reader or the viewer or whoever it may be”

No entanto vendo a entrevista abaixo, para o Big Think, e percebendo que o seu próximo livro deverá conter lógicas narrativas influenciadas pelos videojogos, sou obrigado a concordar com o Jesper Juul, que este deverá ter uma "relação de amor-ódio" com os videojogos.




[via The Ludologist]

Videojogos em 2010

Aqui fica uma excelente infografia de Michael Fahey de síntese do ano de 2010 no campo dos videojogos para a Kotaku. Tenho de confessar o que já tinha sentido ao longo de todo o ano, que foi um ano sem grandes picos em termos de obras. Os maiores eventos estiveram mais relacionados com a tecnologia nomeadamente o Kinect da Xbox, o Move da Sony e o iPad da Apple.

Quanto aos jogos e ao que mais se destacou em termos de impacto o título parece-me que deverá ir para Red Dead Redemption da Rockstar. Isto porque apesar da enorme expectativa criada à volta de Heavy Rain da Quantic Dream, este não conseguiu o impacto desejado. Contudo e do meu lado é sem dúvida a obra deste ano. Não deixei aqui ainda nenhuma review do jogo porque apenas o terminei uma vez, e queria fazê-lo mais umas duas ou três vezes para poder ter uma noção mais completa da dimensão e impacto da narrativa do jogo.
Claramente que tivemos muito mais do que isto como se pode ver na infografia, mas no geral não passaram de sequelas - Assassin's Creed 2; BioShock 2; Mass Effect 2; Super Mario Galaxy 2; Just Cause 2; God of War 3. Existe ainda um titulo que gostaria de ter jogado mas não consegui ainda Alan Wake.

janeiro 03, 2011

há vida para além de Farmville

Depois de quase um ano sem nada mostrar que era possível criar outro fenómeno como Farmville eis que se fez luz com CityVille, novamente pela Zynga. Nada de muito novo na jogabilidade, mas isso podemos de dizer da grande maioria dos restantes jogos sociais - Fishville, Frontierville, Pet Ville, Cafe World - presentes no Facebook e que tentaram ao longo de mais de um ano derrubar o jogo com maior número de jogadores da história das redes sociais. Assim e ao fim de alguns níveis posso dizer que CityVille funciona como uma excelente fusão entre o melhor da socialização de Farmville da Zynga e o melhor da sensação de progressão de Social City da Playdom. Social City ainda recentemente reconhecido com o prémio Best Social Network Game Award no The First Annual Game Developers Choice Online Awards.

Pelas contas do InsideSocialGames o CityVille ultrapassou Farmville na véspera do Natal 2010. Nesta altura atingindo os 60 milhões de jogadores face aos 58 milhões de Farmville. De notar que CityVille demorou menos de 1 mês a atingir um valor que Farmville demorou 4 meses a conseguir.
Mas por esta altura Farmville estava já em declínio, o seu pico foi atingido em Março de 2010 com 83.76 milhões de jogadores, há cerca de 9 meses, e era este número que ainda precisávamos de ver se CityVille conseguiria atingir. Esse número foi então hoje oficialmente anunciado pela InsideSocialGames, referindo que CityVille atingiu a marca de 84 222 766 jogadores. Um feito impressionante. Mais ainda se referirmos que o jogo foi lançado a 2 de Dezembro de 2010 tendo feito apenas ontem um mês de vida.
O que pode estar na base de tudo isto, é difícil explicar. Numa questão CityVille foi totalmente diferente de Farmville, na promoção. Enquanto Farmville não teve qualquer forma de divulgação ou marketing desenhado para si, foi lançado apenas como um pequeno jogo para o Facebook, CityVille foi o oposto. Desde o ataque directo a todos os jogadores, da extensa rede que ainda é Farmville para os convencer a ir até CityVille (ver imagem abaixo), até à promoção pelas vias próprias do Facebook com botões enormes fazendo referência ao jogo. Aliás enquanto Farmville conseguia 18 mil jogadores em 24 horas o que é já de si era um feito impressionante, CityVille consegue no mesmo tempo 290 mil jogadores.

Isto é importante porque a esta altura eu e muitos outros já duvidávamos da possibilidade de vermos aparecer outro fenómeno como Farmville. Várias razões poderiam ter ditado o aparecimento do fenómeno, nomeadamente o aumento exponencial do Facebook aquando do aparecimento do Farmville. Aliás e por isto mesmo CityVille foi já submetido a uma extensa e profunda análise no Gamasutra pelo designer Tadhg Kelly (Parte 1 e Parte 2).

leitor de música tangível

A IDEO é uma empresa de design e consultoria nas áreas criativas, com sede residente em Palo Alto, EUA mas espalhada pela Europa e China. É uma empresa que trabalha de perto com as questões de Interacção Humano-Computador, Factores Humanos, Engenharia de Software, entre outras áreas. Foi responsável por imensos projectos inovadores e alguns disruptivos como o rato para o Lisa da Apple. O rato utilizado ao longo dos anos 80, 90 e ainda início dos 2000, o posicionamento era dado por duas rodas de coordenadas accionadas por uma esfera.

O que podemos ver no projecto do vídeo abaixo é uma plataforma física, o C60 Redux, que serve de leitor de música. Ao contrário dos leitores de discos, cds ou cassetes neste podemos colocar o "objecto com música" sobre a superficie de qualquer modo, sem qualquer orientação espacial. Podemos criar listas de músicas seguindo apenas a organização da leitura que ocorre sobre o tabuleiro.

“A simple music player interaction.
Just keep track of cards.
No mouse, no screen.
Antidote to point and click.
Facilitates cooperative interaction.
A three year old can use it,”

Criatividade e Storytelling

Imagem de Christine

Para começar bem o ano aqui ficam três palestras sobre o assunto que mais vai ocupar o meu ano de 2011, a Criatividade e o Storytelling. Depois de muito termos ouvido Ken Robinson falar sobre a criatividade e a educação, vale a pena escutar dois designers consagrados - John Maeda e Stefan Sagmeister - e um verdadeiro storyteller - Jay O'Callahan. Os três estiveram na conferência 99% de 2010 organizada pela Behance Network, uma rede dedicada a quem trabalho nas áreas criativas. O lema da conferência é nem mais,

"It's time to stop dreaming and start doing"


John Maeda: Looking for Superman



Stefan Sagmeister: Don't Take Creativity For Granted


Jay O'Callahan: The Power of Storytelling

Um Blog, porquê?

Acabo de ler a Lista de dez conselhos para quem quer começar um blog de António Granado e julgo que vale a pena replicar aqui esses conselhos.

1. Um blog tem de ser um compromisso sério e livre

2. Um blog deve ter um tema e explorá-lo profundamente

3. Blogar deve ser partilhar conhecimento e ter gosto nisso

4. Postar com frequência deve ser uma preocupação

5. Um blog é um espaço público, não é uma conversa de amigos

6. Um blog tem uma voz própria e deve ser coerente com essa voz

7. Antes de começar um blog, pensar duas vezes

8. Vale a pena apostar num domínio próprio e brincar com as ferramentas

9. Um blog pode ser a porta de entrada na profissão de jornalista

10. Os blogs não estão fora de moda

Gostei desta listagem de conselhos, sincera e honesta e que fazem da blogosefera o espaço de partilha de conhecimento que é nos dias de hoje.
Dos 10 conselhos e aplicados ao caso do Virtual Illusion excluiria os últimos 3.
O ponto 8 sobre o domínio é interessante mas não é tudo, além de que um dominio próprio é no meu entender já uma deturpação do carácter do blog. Isto no sentido em que um blog é parte de uma comunidade alargada que partilha uma mesma plataforma, logo uma mesma identidade no seu link.
Quanto ao 9, é interessante para todos os que trabalhem na área, de resto, o blog será cada vez mais um elemento relevante de análise num portefólio.
E o 10, porque não é um conselho, antes uma constatação, como tal não se enquadra nesta lista.

Resumo Cinema 2010

Melhores 10 filmes produzidos em 2010


1 - Inception, Christopher Nolan
2 - Copie Conforme, Abbas Kiarostami
3 - Shutter Island, Martin Scorsese
4 - Buried, Rodrigo Cortés
5 - Black Swan, Darren Aronofsky
6 - The American, Anton Corbijn
7 - Alice in Wonderland, Tim Burton
8 - Scott Pilgrim vs. the World, Edgar Wright
9 - Toy Story 3, Lee Unkrich
10 - The Social Network, David Fincher

Foram 243 filmes vistos em 2010, mas apenas 36 filmes produzidos em 2010 (seguindo as datas da IMDB). Ficam de fora vários trabalhos produzidos em 2010 e que não tive ainda oportunidade de visionar, tais como: The King's Speech; 127 Hours; Biutiful; Winter's Bone; Rabbit Hole; Tron: Legacy; It's Kind of a Funny Story; Another Year; Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives; Carlos; The Autobiography of Nicolae Ceausescu; Film socialism; Somewhere.
A vantagem de listar todos os filmes que vemos é poder no final de um ano olhar para trás e analisar em maior detalhe o que se fez, o que se privilegiou, a experiência em geral.

Origem dos filmes (243)

Tipologia das notas atribuídas aos filmes (243)


Divisão por géneros dos filmes (243)


[Para ver todos os 243 filmes veja a Lista Geral de Filmes]